Cidades
Vereadores esvaziam sessão e evitam votação de requerimento que cobrava fiscalização sobre o IGPS

A 19ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios, realizada nesta quarta-feira (13), terminou em manobra política para impedir a votação de um dos requerimentos mais sensíveis do ano: o Requerimento nº 067/2025, de autoria do vereador Helenildo Neto, que solicita à prefeita Luísa Júlia Duarte a cópia integral dos processos de pagamento realizados ao Instituto de Gestão de Políticas Públicas Sociais (IGPS) nos anos de 2023, 2024 e 2025.
No decorrer da sessão, vereadores da base governista abandonaram o plenário sem apresentar qualquer justificativa formal, inviabilizando o quórum necessário para a deliberação. O presidente da Casa, Madson Monteiro, não realizou a chamada regimental final, permitindo que a sessão fosse encerrada sem a apreciação da matéria.
A proposta de Helenildo Neto colocaria a gestão municipal e o IGPS sob forte escrutínio, já que o instituto, alvo de investigação federal, é apontado como válvula de escape para nomeações políticas. Segundo denúncias, vereadores aliados da prefeita indicariam pessoas para serem contratadas pelo IGPS sem concurso público, recebendo salários pagos com recursos federais.
O instituto, sediado em Palmares (PE), já recebeu mais de R$ 30 milhões de Palmeira dos Índios e é investigado por supostamente burlar a lei que proíbe contratações sem concurso. Apurações jornalísticas revelaram que a sede informada funciona como escola de informática e que a nova sede permanece fechada.
O esvaziamento proposital da sessão, sem justificativas e sem a devida verificação de presença, gerou críticas de parlamentares e de setores da sociedade que acompanham o caso.
“É lamentável. Quando o assunto é fiscalizar o uso do dinheiro público, preferem fugir da responsabilidade”, declarou um cidadão que assistia a sessão no local.
Diante da manobra, espera-se que Helenildo Neto encaminhe o requerimento e toda a documentação às autoridades competentes, incluindo o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal, para que sejam adotadas as providências legais cabíveis.
O episódio reforça a tensão política na cidade e expõe a resistência da base governista em abrir a caixa-preta de contratos milionários que, segundo denúncias, beneficiam aliados políticos e fragilizam a transparência da gestão municipal.
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